Surf: “Cabo Verde tem uma nova geração que garanta o país no top mundial, mas investimentos precisam-se” – Matchu Lopes



O kitesurfista cabo-verdiano Maciel Lopes Almeida, conhecido por Matchu Lopes e vencedor da Etapa I do Mundial’2023, acredita que Cabo Verde tem uma nova geração para garantir o país no top mundial, mas que carece de “sérios investimentos”.



O atleta crioulo, que representou a Espanha no Mundial, cujo pódio foi totalmente dominado pelos surfistas cabo-verdianos, todos da ilha do Sal (partilhou o pódio com Mitú Monteiro e Airton Cozzolino), aponta nomes como Hendrick Lopes, sobrinho de Cozzolino, e Wesley Brito, campeão da I Etapa do Mundial de Ponta Preta no Wing-Foil, como grandes apostas da nova geração.

“Airton tem pressionado Hendrick muito para a prática desta modalidade e, de facto, em apenas um mês tem vindo a ter uma progressão significativa, mesmo incrível, a nível de estilo, processos de manobra na parte crítica de ondas, é uma das grandes promessas e já é praticamente uma certeza”, referiu esta figura de renome mundial.

Relativamente ao Wesley Brito, disse que este boa-vistense tem vindo a mostrar a sua classe em tempo recorde, mas que tem vindo a perder muitos “shooting” dos seus patrocinadores, e que correu sérios riscos de perder “sponsor”, devido a problemática para obtenção de vistos, tendo inclusive passados alguns momentos delicados nas fronteiras internacionais.

“Agora Wesley, voltou a provar que realmente é dos melhores do mundo e tem tudo para ser muito mais, mas é um atleta que normalmente está sozinho, não tem suporte de ninguém. Ele é algo especial, precisa de um orientador. Tenho estado a fazer tudo para apoiar-lhe junto dos meus conhecimentos e dos meus contactos, mas merece mais investimento a nível do “watersport”.

Disse ainda que em Santa Maria na ilha do Sal, assim como na ilha da Boa Vista, o país já conta com um naipe de crianças dos seus 13/14 anos que praticam surf com “muita fome, muita vontade e muita ambição para altos voos, ainda que enfrentam dificuldades em termos de materiais e de orientadores”.

Matchu Lopes explicou que assim como Airton e Mitú passa muito tempo fora do país, na Europa para dar seguimento a temporada marcada por várias competições, pelo que praticamente regressam à casa para treinamentos no Inverno.

Deste modo, afiançou, ficam muito tempo longe destes jovens praticantes, pelo que reclama mais incentivo e apoios à esta nova geração.

“Sempre com os pés bem assentes no chão”, este especialista fez questão de aconselhar as crianças a colocarem os estudos acima de tudo, salientando que hoje em dia torna-se difícil triunfar se não houver uma formação de base, tanto em casa (suporte familiar) como nas escolas, ressalvando que o desporto disciplina a todos e abre portas inimagináveis no mundo.

Neste capítulo, enalteceu o apoio que disse ter recebido do progenitor, afirmando estrategicamente que tinha primeiramente que estudar para poder ir ao mar, já que sempre acreditou na sua capacidade para triunfar nos desportos náuticos.

Matchu Lopes disse não ter dúvidas que Cabo Verde tem potencial para continuar na ribalta dos desportos náuticos mundiais, e que a nova geração vai continuar a fazer com que o país continue no top mundial, mas que investimentos se impõe na modalidade.

SR/CP

Inforpress


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